Há uma semana, junto com milhões de pessoas, assistimos ao vivo pela TV quando o ex-presidente Donald Trump de repente agarrou o lado de sua cabeça e caiu atrás do pódio onde estava começando um discurso de campanha em uma comunidade rural no estado de Pensilvânia. O tempo e a respiração ficaram suspensos nos próximos 30 segundos. Sabíamos que ele tinha sido baleado. Vimos agentes do Serviço Secreto se empilharem em cima dele. Ele estava morto? Será que Ele estava vivo, mas gravemente ferido? Em seguida, ele levantou-se de trás do pódio com sangue no rosto e punho erguido num gesto de desafio no ar, e a multidão reunida no comício irrompeu em fortes aplausos.
Essa foto do ex-Presidente, com a bandeira dos EUA ao fundo contra um céu limpo e azul, está destinada a se tornar numa daquelas imagens icônicas que marcam um momento importante na história. Muitos detalhes em torno dessa tentativa ainda são desconhecidos, e se a experiência de tentativas de assassinato no passado (bem-sucedidas ou não) for repetida outra vez, nunca saberemos toda a verdade. Não se preocupe, não faltarão adeptos de teorias de conspiração que estão prontos para preencher as lacunas para nós.
Mas já passou tempo suficiente para refletirmos sobre resultados hipotéticos e olharmos para o resultado real. Nas próprias palavras de Trump, ele virou-se para olhar para um gráfico que tinha sido colocado atrás dele e, naquele exato momento, uma bala de um espingarda de alta potência passou a 1 cm de seu crânio, tirando-lhe um pedaço do topo de sua orelha direita. Muito tem sido dito, e muito mais será escrito, sobre os vários cenários possíveis. Os cenários mais óbvios:
1) Trump é morto imediatamente. A reflexão sobre a sua reação inicial descarta essa opção. Se tivesse sido um tiro fatal, Trump não teria chegado a sentir a orelha e olhado para o sangue na mão, para depois se abaixar atrás do pódio. Ele teria caído para o chão como um saco de batatas.
2) Trump sobrevive, mas sofre ferimentos na cabeça. A questão, então, é: qual seria a gravidade deles? Essa pergunta foi respondida em grande parte quando ele se levantou atrás do pódio, parou para calçar os sapatos e disse aos agentes do Serviço Secreto para esperar enquanto ele se levantava acima deles e colocava um punho desafiador no ar e repetidamente disse: "Lutar! Lutar! Lutar!"
Fazemos uma pausa para considerar as repercussões de qualquer um desses cenários.
Trump estava a menos de uma semana de ter sua nomeação confirmada como candidato republicano à Presidência, faltando menos de 4 meses para as eleições. Se ele tivesse sido morto naquele dia, não havia outro substituto óbvio para ele. Não só a próxima convenção, cuidadosamente planeada, seria completamente desorganizada, como todo o cenário político que antecede as eleições seria como um gigantesco quebra-cabeças a ser completamente desmontado no momento em que as últimas peças estavam prestes a ser colocadas. O que poderia ser pior do que isso?
De certa forma, o cenário 2) poderia ter sido pior. E se Trump ainda estivesse vivo, a pergunta agora seria:
"Será que ele está em condições para funcionar adequadamente, quer ao nível de vida pessoal, quer como presidente, que é ainda mais importante?"
"Será que o Partido Republicano tem tempo para esperar para ver o grau de gravidade dos seus ferimentos?"
Mas, felizmente, o país todo (e o mundo) foi poupado desse cenário, então passamos da especulação para o que realmente aconteceu.
3) Trump está ferido, mas o ferimento é pequeno e, embora sangrento, superficial. Obviamente abalado, e depois de passar por um compreensível curto período de choque, suas atividades subsequentes evidenciam que suas capacidades mentais e físicas não foram afetadas de forma palpável.
Quando muito, essa experiência só serviu para aumentar a determinação política de Trump e cimentar ainda mais a sua posição na mente dos seus seguidores. Alguns ou muitos daqueles que antes eram ambivalentes sobre ele foram forçados a reavaliar sua opinião sobre ele. Claro, há outros que são tão obcecados em sua oposição a Trump que fecham os olhos para os fatos óbvios e fazem declarações ridículas, mas como Paulo escreveu a Timóteo, minha regra é "evitar perguntas tolas e incultas".
4) Depois, há o quarto cenário, aquele em que ninguém pensa: e se a bala tivesse errado o alvo por um triz? Nunca ninguém fala disso. Falamos sobre o 1º cenário. Se Trump não tivesse virado a cabeça naquele preciso momento e a bala tivesse passado 1 cm mais perto. Esses milissegundos de tempo e milímetros de distância teriam mudado o curso de uma eleição, de um país e, consequentemente, o curso dos assuntos mundiais. Mas "e se" a bala tivesse passado 1 cm mais acima e não tivesse atingido Trump?
"Perdido por 1, perdido por mil"
Ele poderia ter se levantado e erguido o punho desafiador no ar, mas não haveria sangue manchando seu rosto. É a imagem desse sangue que converte uma foto digna de notícia em uma foto icônica destinada a ser incluída em todas as coleções de fotos históricas no futuro. Se a bala estivesse apenas 1 cm mais acima, não haveria sangue nenhum. Trump teria sido nomeado como candidato presidencial, mas a imagem não seria a mesma. Os cínicos diriam que o tiro nem sequer tinha passado de raspagem. Ou como dizia meu pai, "A miss is as good as a mile", em PT qualquer coisa como "Perdido por 1, perdido por mil". Segundo amigos de Trump, ele lhes disse que ele carrega essa ferida na orelha como prova de que a história de uma tentativa de assassinato não é uma farsa.
A Aplicação Espiritual
Aí vem a aplicação espiritual. Os que ouviram algum dos meus podcasts ou leram qualquer um dos meus blogs sabem que sempre há uma aplicação espiritual. Eu me esforço muito para criar um texto interessante para leitores ou ouvintes, mas meu propósito não é entreter, disseminar factos triviais, espalhar teorias sensacionalistas ou s implesmente dar minha opinião pessoal sobre toda e qualquer pessoa ou evento que surja. Não estou à procura de "likes" ou interessado em recolher "clicks". Eis o ponto central deste artigo. Não se trata de Trump e nem de política. É sobre o sangue.
O sangue faz toda a diferença
O sangue sempre fez toda a diferença. Desde o primeiro sangue derramado no Jardim do Éden, quando um animal inocente foi sacrificado por Deus para cobrir os efeitos do pecado de Adão e Eva, até o sacrifício de sangue feito por Abel que foi aceite por Deus, em contraste com a oferta de Caim do fruto do seu trabalho que Deus rejeitou, o sangue sempre fez a diferença. No AT, o exemplo mais marcante dessa importância levou à libertação de Israel dos 400 anos de escravidão no Egito. Para escapar da décima praga — a morte do primogênito de cada família e do gado do campo — os israelitas receberam a ordem de sacrificar um cordeiro imaculado e aspergir seu sangue nas ombreiras das portas de sua casa. O Senhor dissera: "E vendo eu sangue, passarei por cima de vós". Êxodo 12.13 Vida ou morte? O sangue fez a diferença.
A importância do sangue é resumida em Hebreus 9.22: "Sem derramamento de sangue não há remissão." Mas o sacrifício de animais imaculados é apenas simbólico; o sangue deve ser o de um membro imaculado da nossa raça caída. Estamos todos manchados pelo pecado, mas o sangue derramado na cruz foi o cumprimento de todo aquele sacrifício simbólico no AT: « sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,." 1 Pedro 1.18-19
Muitos anos atrás, ouvi um sermão gravado, no qual o pregador enfatizava o quão precioso é o sangue de Jesus, e ele disse que o sangue de Jesus é tão precioso, que "apenas uma gota é suficiente para pagar os meus pecados". Embora esse querido irmão não fosse propriamente um herege, uma vez que a heresia se baseia na ideia de causar conflitos e divisões e esse não era o seu propósito, sua doutrina é fundamentalmente errada. Se, na história, os pecados de apenas uma pessoa fossem os únicos pecados pagos, isso exigiria a morte de Jesus. O sangue das feridas nas costas, da coroa de espinhos na cabeça, dos pregos nas mãos e nos pés teria sido muito sangue, mas isso não foi suficiente. Se Jesus tivesse apenas desmaiado na cruz antes de ser retirado, uma explicação proposta pelos seguidores do Islão, ainda não haveria perdão dos pecados. Sangrar por si só não era suficiente. Jesus teve que morrer, mas ele não sangrou até à morte. “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” Cada um dos quatro evangelhos usa uma expressão diferente, mas todos indicam que Jesus morreu como um ato de Sua vontade. Ele já estava morto quando uma lança romana foi enfiada no seu lado, e água e sangue jorraram, não no gotejamento de sangue que vemos em pinturas e imagens de Cristo na cruz. Mesmo morto, Ele ainda derramou Seu sangue.
Por isso, sempre que vir aquela foto de Donald Trump, e com certeza há de vê-la, não cometa o erro de fazer dele a figura de herói para ser adorado de uma forma ou de outra. É certo que os acontecimentos daquele momento e a reação da sua figura principal suscitam uma certa admiração, mas refletem sempre sobre o quão diferente teria sido aquele momento sem o sangue. Trump pode mostrar sua ferida como prova de que sangrou. Após Sua ressurreição, Jesus chamou a atenção de Seus discípulos para as feridas em Suas mãos e no Seu lado que eram prova de que Ele havia derramado Seu sangue, mas a comparação entre Trump e Jesus termina aí.
Jesus é aquele que "nos libertou dos nossos pecados pelo Seu sangue" Ap . 1.5 “Ele redimiu pessoas para Deus pelo Seu sangue de todas as tribos, línguas, povos e nações”, Ap 5.9. Pelo Seu sangue, Ele nos limpou de todos os nossos pecados e nos salvou da perdição eterna.
Trump será sempre lembrado como estando coberto pelo seu próprio sangue. Essa é a diferença que o sangue faz. Mas o que é importante para cada um de nós é se estamos cobertos pelo sangue de Jesus. Não há palavras que exprimam adequadamente a diferença que Seu sangue faz em nosso destino eterno. Tal como os israelitas no Egito, nos é dada uma escolha, a escolha entre a vida eterna e a perdicão eterna. O sangue faz toda a diferença.
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